terça-feira, 14 de julho de 2009

Connie Hawkins





Poucos jogadores que hoje estão no Hall da Fama do basquete tiveram um caminho tão difícil até poder atingir o sucesso na NBA, quanto Connie Hawkins.

Nascido e criado no Brooklyn, NY, Hawkins desde cedo era considerado uma lenda nas quadras e playgrounds de Nova Iorque. Diz-se que com 11 anos já era capaz de enterrar em um aro oficial... Sua habilidade com a bola era notável, suas enormes mãos lhe permitiam manejar a bola com uma classe e elegância sem paralelos. Considerado um prodígio do esporte, havia uma grande expectativa de que ele se tornasse uma estrela na NBA.

No entanto, durante o período que jogava pelo time da Universidade de Iowa, Hawkins foi envolvido num escândalo com apostas de resultados de jogos e a máfia. Logo ele foi expulso da universidade e seu sonho começou a desfazer-se. Nada ficou comprovado contra Connie, porém sua reputação já tinha ficado seriamente abalada.

Sem poder candidatar-se ao draft da NBA, em 62 Hawkins juntou-se aos Harlem Globetrotters, excursionando pelo país, jogando o basquete artístico e exibicionista que veio bem a calhar com o estilo do time. Com o surgimento da ABA, liga paralela a NBA, foi lá que ele resolveu jogar enquanto aguardava uma nova oportunidade.

Com os Pittsburgh Pipers Connie Hawkins se tornou um astro. Foi campeão da ABA em 68, scorer do campeonato e eleito como melhor jogador no mesmo ano, e membro do time ideal da temporada por duas vezes (68 e 69).

Durante esse período, Hawkins ingressou em uma demanda contra a NBA, pleiteando o direito de poder jogar lá, já que das acusações feitas a ele, nenhuma tinha sido comprovada. Além disso, um artigo da revista Life trouxe uma série de evidências de que Hawkins era inocente no escandâlo em que foi envolvido.

Então, em 1969 aos 27 anos, Connie Hawkins pode finalmente assinar com os Phoenix Suns, então uma franquia em seu 1° ano, e jogar na NBA, contra aqueles que considerava a elite do esporte.

Ele não decepcionou, de maneira nenhuma. Na temporada de 69-70 com médias de 24.6 ppg, 10 rpg e quase 5 assistências, e sendo eleito para o time ideal da temporada, Hawkins mostrou que seu lugar era entre os melhores.

Seu jogo continuou em alto nível até ser trocado para os Lakers na temporada 73-74. Na equipe de Los Angeles começou a mostrar sinais de que estava em declínio, e foi utilizado como um jogador de suporte, não sendo mais o astro de outros tempos.

Na temporada seguinte ele foi trocado com os Atlanta Hawks, onde teve uma participação pouco expressiva, vindo a encerrar a carreira em 1976, aos 33 anos.

Connie Hawkins foi eleito para o Hall da Fama em 1992. Além das qualidades técnicas inquestionáveis, uma coisa bacana a ser destacada nele, foi seu desejo intenso de poder competir com os melhores de sua época, de ser reconhecido como um grande jogador frente a competição mais árdua que podia encontrar.


Assim como diversos jogadores do passado, há raríssimos registros em video do auge técnico e físico de Hawkins. Pelo que pode ser visto, e pelos depoimentos de outros grandes jogadores de sua época, percebe-se que era um jogador extremamente diferenciado. Sua habilidade com a bola era sua maior qualidade, lhe permitindo penetrar no garrafão adversário com muita elegância e efetividade. Seus arremessos de média distância eram regulares, tinha muito bom passe também, porém era sua capacidade na infiltração que lhe tornou o jogador lendário que foi.

De acordo com Bill Russell: "Se ele não tivesse tidos tantos problemas, hoje mencionaríamos Connie Hawkins ao lado de Bob Pettit e Elgin Baylor."

Para saber mais sobre ele, clique aqui, ou aqui, para ver um vídeo com sua história

"The Hawk" ao som de Marvin Gaye

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